Na noite de ontem, 28 de agosto de 2007, teve início uma pequena rebelião no Complexo Penitenciário Estadual Dr. Mário Negócio. A revolta teve como estopim, segundo alguns presos, a atitude de dois agentes penitenciários que teriam espancado um apenado para que o mesmo indicasse onde estava a chave de uma das celas que havia sido perdida no mesmo dia. Indignados com tal situação, vários presos se rebelaram, quebrando as grades de duas celas e ateando fogo em colchões. A direção do presídio resolveu não agir com uso da força, preferindo negociar com os rebelados, contando com o juiz da Primeira Vara Criminal, Dr. José Armando Ponte, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/Mossoró, o advogado que subscreve a presente postagem, o promotor Armando Lúcio Ribeiro e o presidente do Conselho da Comunidade (órgão com atuação na execução penal) Stélisson Fernandes. Os presos exigiram: 1) aumento em uma hora da visita; 2) transferência dos presos de outras cidades; 3) concessão de progressão de regime e livramento condicional para os que já têm esse direito; 4) tratamento digno por parte dos agentes penitenciários; 5) instauração de processo de sindicância para apurar abusos cometidos por agentes penitenciários. As reivindicações, como visto, eram poucas e JUSTAS e estão todas sendo estudadas. A rebelião logo findou. Na verdade, a impressão que passa é que os presos queriam apenas serem ouvidos pelas autoridades e sociedade civil organizada. À estas cabe agora um acompanhamento mais eficaz da situação carcerária. Somente assim rebeliões serão evitadas.